quinta-feira, 23 de maio de 2013


Uma das principais características da Comunicação é a sua constante e cada vez mais rápida evolução. De Guttenberg ao Smartphone, às vezes é difícil acompanhar tudo que aparece de novo. Sempre há um novo dispositivo móvel no mercado, uma ferramenta de produção de conteúdo, uma mídia social. Mas existe uma coisa que nunca muda: a força em se contar uma história.

Não precisa ser um grande especialista para saber disso. Nossos avós eram mestres nessa arte, e os avós deles mais ainda. Desde o princípio a humanidade se reunia em torno de fogueiras ou dentro de cavernas para contar, ouvir ou inventar histórias. O que a Comunicação e o Marketing fazem hoje é apenas refinar essa arte para fins mercadológicos.

Partindo do conceito de Storytelling em contar histórias para impactar e gerar afinidade com o público, o consultor e corporate trainer Paul Smith ressalta em seu site: “Storytelling is timeless, unlike management fads such as ‘Total Quality Management,’ ‘Re-engineering’, ‘Six Sigma’, or ‘5S.’ Storytelling has always worked, and it always will.”

O que Paul quer dizer com isso afinal? Que não importa como você conte uma história ela nunca envelhece e sempre vai funcionar? Basicamente é isso mesmo. Vamos analisar um exemplo nacional. Qualquer pessoa com mais de 20 anos deve se lembrar dos Mamíferos da Parmalat. Crianças fofinhas vestidas em pelúcias se deliciando com copos de leite, tudo isso com um jingle viciante. Faz até a gente se esquecer da crise que a empresa passou alguns anos depois e que quase a levou a falência.



Foi então que em 2007, 11 anos depois, a empresa volta com uma campanha de seus mamíferos já crescidos. Todos eles tentando entrar em suas velhas fantasias e divertindo-se como velhos amigos. A campanha foi um sucesso. O índice de recordação do público consumidor foi altíssimo. 

Após momentos difíceis a empresa colocou sua marca de volta no mercado, talvez não com a mesma força, mas mostrou muita confiabilidade com certeza. Era comum ouvir as pessoas dizendo de maneira divertida: “Nossa, eles já estão tão grandes! Estamos ficando velhos”. Sinal de que a marca faz parte de nossas vidas há muito tempo.



Outro bom exemplo de atemporalidade é o case da Bombril. O ator Carlos Moreno foi o garoto propaganda da empresa de 1978 a 2011 (salvo algumas pausas), tornando-se referência mundial nesse tipo de trabalho. Carlos era o queridinho das donas de casa e uma atração à parte nos intervalos do Fantástico, quando a maioria das peças tinha sua estréia. Foram mais de 300 comerciais gravados, abordando diversos temas, sejam da ficção ou cotidianos. Muitas pessoas lamentaram o desligamento do ator que hoje explora novos trabalhos no meio artístico.



Isso prova que uma história construída através da publicidade pode ser forte e memorável. Mesmo com o grande fluxo de informações de hoje e a busca da novidade diária as empresas devem continuar a pensar a longo prazo. Como elas querem ser vistas e lembradas daqui a alguns anos? O uso do Storytelling pode ser uma das respostas para essa questão, basta que haja o esforço necessário para tal.

Texto: Thiago Almeida

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